Samaritan

Numa época onde os filmes de heróis são o pão nosso de cada dia, é refrescante serem feitos filmes sem ligações às produtoras gigantes, nomeadamente a Marvel e a DC. Quando vejo um filme destes, apesar de ir com poucas expetativas, fico sempre com uma rédea de esperança de encontrar o próximo Unbreakable (2000). Infelizmente, não é o caso.

O novo filme protagonizado por Sylvester Stallone coloca-o no papel de um homem chamado Joe Smith, um vizinho misterioso do co-protagonista Sam Cleary (Javon Walton). Este último é um fã obcecado do herói Samaritan, que morreu há alguns anos. Esta simples premissa serve para impulsionar o começo do enredo, forçando a interação entre os dois.

O destaque do filme é obviamente a chance de ver Stallone em cenas de ação e nisso o filme não desaponta, apesar de não ser algo de outro mundo. A maior parte são medíocres, embora algumas se tornem mais divertidas devido ao desempenho de Stallone e à superforça da sua personagem. O desempenho do resto do elenco é medíocre a mau (e por vezes cringe), incluindo o vilão. É uma personagem monótona e clichê que faz o seu trabalho de vilão genérico, conseguindo representar uma ameaça à personagem de Stallone. A sua capacidade de lutar contra Samaritan deve-se a um martelo especial criado por Nemesis (inimigo do Samaritan), o que não faz sentido, pois o martelo não fornece qualquer poder a quem o usa. A sua única caraterística é a capacidade de causar dano a Samaritan. Esta e outras decisões prejudicam um filme que por si só já tinha uma execução medíocre. A cinematografia a soundtrack não são interessantes nem se destacam. Todo o filme é genérico, como se tivesse recorrido a uma check list. Até o plot twist poderia ter sido utilizado ou insinuado de formas mais interessantes, mas nem nisso houve criatividade, apesar de ter existido um pingo de criatividade no plot twist em si quando comparado com os inúmeros filmes de superheróis que inundam o cinema hoje em dia.

O que eu pretendia deste filme era um Stallone a dar porrada a hordas de inimigos, relembrando os filmes de ação dos anos 80. O enredo neste tipo de filmes não está em primeiro plano e não era o meu interesse principal. Basicamente, Samaritan (2022) é um filme de ação onde o espetador pode desligar o cérebro ou fazer outra tarefa enquanto o filme passa na televisão.

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