O Homem Duplicado
Título Original: Enemy
Após sair da sala de cinema, não consegui parar de pensar no filme. Estava a tentar compreender o quadro todo do que tinha acabado de ver. Enquanto discutia com amigos, fui me apercebendo que tinha adorado o filme. Uma das características que eu costumo apreciar (se bem executada) está presente no filme: uma constante ambiguidade sobre o que era e não era sobre a realidade. A cereja no topo do bolo está nas possíveis interpretações que podem surgir para o filme, com cada pessoa a pensar em teorias diferentes.
O enredo é baseado no livro "O Homem Duplicado", de José Saramago. Um professor universitário (Jake Gyllenhaal) descobre que existe um ator com a mesma aparência (também interpretado por Jake Gyllenhaal) quando vê um filme, e começa uma jornada de descoberta da vida deste homem. Durante esta jornada acaba por conhecer e lidar com o seu sósia, com diferenças gritantes na personalidade de cada um perceptíveis.
É impressionante o duplo desempenho de Jake Gyllenhaal. A interpretação de duas pessoas diferentes no mesmo filme é, por vezes, difícil (e incomum), mas Jake concede-nos isso com uma performance magistral, dando a cada uma das duas personagens características e nuances específicas, permitindo assim facilmente identificar qual a personagem que está na cena, sobretudo devido aos maneirismos e linguagem corporal. O forte desempenho também aumenta o nível da ambiguidade transmitida, assim como a soundtrack e cinematografia, que dão um constante toque de paranóia ao longo da metragem. Esta última fornece uma certa surrealidade ao enredo, além de amplificar a ambiguidade do filme. Denis Villeneuve serve-se ainda de metáforas, nomeadamente aranhas e as suas teias, simbolizando as relações do filme e a dicotomia de um homem numa relação. A união de todos estes fatores evocam emoções como paranóia, ansiedade e ambiguidade (que Denis Villeneuve tanto adora) que nos faz questionar a cada momento o que é que está a acontecer.
No entanto, apesar de tanta positividade escrita, existe um ponto que pode ser positivo ou negativo dependendo do espetador: a ambiguidade e consequente confusão. Uma pesquisa rápida na internet permite perceber que existem várias teorias e que uma parte considerável de espetadores achou o filme confuso. É uma opinião válida, pois é preciso atenção constante devido à quantidade de pormenores minuciosos inseridos ao longo da metragem, que por vezes podem escapar numa primeira visualização. O início também pode ser considerado um bocado lento mas, como costumo referir quando falo de filmes mais lentos ou slow burners, eu aprecio filmes deste tipo. Mas é perfeitamente válido não apreciar!
Este filme apenas reafirma algo que eu já pensava: Denis Villeneuve e Jake Gyllenhaal são, respetivamente, um dos melhores realizadores e atores contemporâneos. Um filme que recomendo vivamente a quem gosta de enredos que nos fazem pensar durante horas.
Mais reviews e classificações: https://boxd.it/lxp7
O enredo é baseado no livro "O Homem Duplicado", de José Saramago. Um professor universitário (Jake Gyllenhaal) descobre que existe um ator com a mesma aparência (também interpretado por Jake Gyllenhaal) quando vê um filme, e começa uma jornada de descoberta da vida deste homem. Durante esta jornada acaba por conhecer e lidar com o seu sósia, com diferenças gritantes na personalidade de cada um perceptíveis.
É impressionante o duplo desempenho de Jake Gyllenhaal. A interpretação de duas pessoas diferentes no mesmo filme é, por vezes, difícil (e incomum), mas Jake concede-nos isso com uma performance magistral, dando a cada uma das duas personagens características e nuances específicas, permitindo assim facilmente identificar qual a personagem que está na cena, sobretudo devido aos maneirismos e linguagem corporal. O forte desempenho também aumenta o nível da ambiguidade transmitida, assim como a soundtrack e cinematografia, que dão um constante toque de paranóia ao longo da metragem. Esta última fornece uma certa surrealidade ao enredo, além de amplificar a ambiguidade do filme. Denis Villeneuve serve-se ainda de metáforas, nomeadamente aranhas e as suas teias, simbolizando as relações do filme e a dicotomia de um homem numa relação. A união de todos estes fatores evocam emoções como paranóia, ansiedade e ambiguidade (que Denis Villeneuve tanto adora) que nos faz questionar a cada momento o que é que está a acontecer.
No entanto, apesar de tanta positividade escrita, existe um ponto que pode ser positivo ou negativo dependendo do espetador: a ambiguidade e consequente confusão. Uma pesquisa rápida na internet permite perceber que existem várias teorias e que uma parte considerável de espetadores achou o filme confuso. É uma opinião válida, pois é preciso atenção constante devido à quantidade de pormenores minuciosos inseridos ao longo da metragem, que por vezes podem escapar numa primeira visualização. O início também pode ser considerado um bocado lento mas, como costumo referir quando falo de filmes mais lentos ou slow burners, eu aprecio filmes deste tipo. Mas é perfeitamente válido não apreciar!
Este filme apenas reafirma algo que eu já pensava: Denis Villeneuve e Jake Gyllenhaal são, respetivamente, um dos melhores realizadores e atores contemporâneos. Um filme que recomendo vivamente a quem gosta de enredos que nos fazem pensar durante horas.
Mais reviews e classificações: https://boxd.it/lxp7
lordedopao1 ano atras
Título original: Enemy
Estreia em Portugal: 2014-03-14
Sinopse: O filme narra a história de Adam Bell, professor universitário preso a uma monótona rotina diária, que descobre um sósia seu quando assiste a um filme. Ele passa a seguir este homem, transformando a vida de ambos. Baseado no livro "O Homem Duplicado" de José Saramago.
Género: Thriller, Mistério
Distribuidor: Rhombus Media, Roxbury Pictures, Mecanismo Films, micro_scope, Entertainment One, Pathé
Duração: 90 minutos