Intriga Internacional
Título Original: North by Northwest
Após o falhanço comercial e crítico de Vertigo (1958), Alfred Hitchcock decide realizar um thriller de espionagem (acidental) protagonizado por Cary Grant. A premissa é simples: Roger O. Thornhill, um publicitário de Nova Iorque, é confundido com um espião. O enredo não é particularmente complexo, não existindo uma história propriamente dita ou com substância, sendo esta avançada através de vários MacGuffins. No fundo, é um thriller simples que tem um único objetivo: ser divertido.
A cena do crop duster, com recurso a tracking sequences, é sem dúvida uma das mais icónicas do filme e um dos picos. Os planos cinematográficos são utilizados para criar uma sensação de isolamento, que se vai transformando progressivamente em ansiedade e suspense que me deixou vidrado ao grande ecrã. Cary Grant é outro destaque. O seu desempenho emana um certo charme e a sua naturalidade e humor estão afinados ao longo do filme. A sua inquietação demonstrada nos momentos mais ansiogénicos é amplificada pelo score de Bernard Herrmann e pela técnica de "montagem acelerada". É facilmente percetível as várias inovações criadas e implementadas pelo filme ao se observar várias sequências, como a referida anteriormente e o final no Monte Rushmore.
As semelhanças com os filmes de James Bond são facilmente observáveis. Aliás, visto que o filme saiu antes do primeiro James Bond, quase que se pode classificar North by Northwest (1959) como um proto-bond, delineando em parte a fórmula utilizada pelos filmes do famoso agente, desde as perseguições de carro aos constantes inuendos sexuais. É nas alturas onde a espionagem assume o papel principal do filme que este se destaca e se torna mais interessante, especialmente na parte final do filme onde o protagonista é praticamente um espião, embora essas sequências sejam prejudicadas pela duração do filme.
Algumas cenas são dispensáveis ou demasiado longas, acabando por criar um certo tédio. Isto é mais evidente na segunda metade do filme e no final, que se alarga desnecessariamente, afetando o pacing do final. De forma indireta, acaba por afetar o suspense despertado pelo filme. Em inúmeras situações que deveriam causar suspense não senti qualquer emoção, no entanto tenho plena noção que algumas cenas foram inovadoras e irreverentes para a altura do filme.
Outra componente que não considero bem desenvolvida é a relação entre Roger O. Thornhill e Eve Kendall. Além da clara objetificação e sexismo com que a personagem feminina é alvo no filme, a relação entre ambos desenvolve apressadamente, mesmo após um plot point. Nunca parece natural, embora algumas trocas de diálogo sejam divertidas, especialmente os que contêm inuendos sexuais. Aliás, o final do filme é um inuendo sexual!
As minhas expetativas para este filme eram altas, visto que a cadeira de realizador estava ocupada pelo "mestre do suspense", Hitchcock e devido ao hype do filme em si. Com isto não quero dar a ideia de que o filme é mau, longe disso, o filme é bom, inovador e divertido, principalmente quando assume o papel de thriller de espionagem. Contudo, as expetativas não foram correspondidas, para pena minha. Estas incidiam sobretudo no suspense, e, embora este filme não seja o mais indicado para igualar o suspense de outros filmes de Hitchcock, esperava mais. É como se de um blockbuster atual se tratasse. Com isto não digo que não existem vários momentos que causem inquietação, como no caso da icónica cena do crop duster referida anteriormente. Pelo contrário, outras cenas que supostamente deveriam criar supense, como o final no Monte Rushmore, simplesmente não me despertaram qualquer tipo de emoção de ansiedade ou similar.
A cena do crop duster, com recurso a tracking sequences, é sem dúvida uma das mais icónicas do filme e um dos picos. Os planos cinematográficos são utilizados para criar uma sensação de isolamento, que se vai transformando progressivamente em ansiedade e suspense que me deixou vidrado ao grande ecrã. Cary Grant é outro destaque. O seu desempenho emana um certo charme e a sua naturalidade e humor estão afinados ao longo do filme. A sua inquietação demonstrada nos momentos mais ansiogénicos é amplificada pelo score de Bernard Herrmann e pela técnica de "montagem acelerada". É facilmente percetível as várias inovações criadas e implementadas pelo filme ao se observar várias sequências, como a referida anteriormente e o final no Monte Rushmore.
As semelhanças com os filmes de James Bond são facilmente observáveis. Aliás, visto que o filme saiu antes do primeiro James Bond, quase que se pode classificar North by Northwest (1959) como um proto-bond, delineando em parte a fórmula utilizada pelos filmes do famoso agente, desde as perseguições de carro aos constantes inuendos sexuais. É nas alturas onde a espionagem assume o papel principal do filme que este se destaca e se torna mais interessante, especialmente na parte final do filme onde o protagonista é praticamente um espião, embora essas sequências sejam prejudicadas pela duração do filme.
Algumas cenas são dispensáveis ou demasiado longas, acabando por criar um certo tédio. Isto é mais evidente na segunda metade do filme e no final, que se alarga desnecessariamente, afetando o pacing do final. De forma indireta, acaba por afetar o suspense despertado pelo filme. Em inúmeras situações que deveriam causar suspense não senti qualquer emoção, no entanto tenho plena noção que algumas cenas foram inovadoras e irreverentes para a altura do filme.
Outra componente que não considero bem desenvolvida é a relação entre Roger O. Thornhill e Eve Kendall. Além da clara objetificação e sexismo com que a personagem feminina é alvo no filme, a relação entre ambos desenvolve apressadamente, mesmo após um plot point. Nunca parece natural, embora algumas trocas de diálogo sejam divertidas, especialmente os que contêm inuendos sexuais. Aliás, o final do filme é um inuendo sexual!
As minhas expetativas para este filme eram altas, visto que a cadeira de realizador estava ocupada pelo "mestre do suspense", Hitchcock e devido ao hype do filme em si. Com isto não quero dar a ideia de que o filme é mau, longe disso, o filme é bom, inovador e divertido, principalmente quando assume o papel de thriller de espionagem. Contudo, as expetativas não foram correspondidas, para pena minha. Estas incidiam sobretudo no suspense, e, embora este filme não seja o mais indicado para igualar o suspense de outros filmes de Hitchcock, esperava mais. É como se de um blockbuster atual se tratasse. Com isto não digo que não existem vários momentos que causem inquietação, como no caso da icónica cena do crop duster referida anteriormente. Pelo contrário, outras cenas que supostamente deveriam criar supense, como o final no Monte Rushmore, simplesmente não me despertaram qualquer tipo de emoção de ansiedade ou similar.
lordedopao1 ano atras
Título original: North by Northwest
Estreia em Portugal: 1959-07-08
Sinopse: O executivo publicitário Roger O. Thornhill é confundido como um agente do governo por um grupo de espiões. A partir daí, envolve-se numa série de desventuras incríveis e passa a ser perseguido tanto pelo governo quanto pelos espiões por todo os Estados Unidos.
Género: Thriller, Aventura
Distribuidor: Metro-Goldwyn-Mayer
Duração: 136 minutos